O Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD ou EBRD), um dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo, recentemente publicou um esboço de sua futura estratégia de energia. Um dos temas centrais dessa estratégia é a transição para fontes de energia menos intensas em carbono, no entanto, o EBRD não estabelece políticas realistas e mensuráveis para facilitar a transição. Sob o esboço da estratégia do Banco, os empréstimos para projetos de combustíveis fósseis - incluindo carvão sujo e fracking -, assim como para os de energia hidrelétrica em larga escala, continuarão (ainda que com algumas restrições adicionais).
O EBRD está buscando comentários públicos de agora a setembro, após os quais irá reformular sua estratégia para a aprovação do conselho. Agora é o momento para nos fazermos ouvir. Você vai assinar e dizer ao EBRD que é hora de acabar com o apoio aos combustíveis fósseis?
O clima está mudando diante dos nossos olhos. Quase todos os governos do mundo concordam que qualquer aquecimento superior a 2°C (3.6°F) seria perigoso, arriscando efeitos de feedback catastróficos e um planeta potencialmente incompatível com a humanidade. Se quisermos manter a mudança climática abaixo dos 2°, devemos manter 80% das reservas conhecidas de carbono embaixo da terra
No entanto, as companhias de combustíveis fósseis continuam explorando as reservas existentes em um ritmo alarmante, ao mesmo tempo que gastam bilhões de dólares a cada ano para encontrar mais combustíveis fósseis. Se continuarmos nessa trajetória, o mundo estará no caminho certo para queimar cinco vezes mais combustíveis fósseis que o considerado "seguro" pelas estimativas conservadoras.
É hora de que as instituições financeiras públicas deixem de apoiar a extração e a exploração de combustíveis fósseis. A Comissária Climática da União Europeia, Connie Hedegaard, recentemente pediu ao EBRD, ao EIB e ao Banco Mundial - cujo empréstimo anual combinado é de 130 bilhões de euros - para acabar com o apoio aos combustíveis fósseis nas suas revisões das políticas de crédito energético.
Nossos fundos públicos devem ser investidos em um futuro habitável, não em uma indústria inclinada a destruir nosso planeta.